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Ideologia e organização sindical: pragas e antídotos

Helder Molina
As 4 pragas que estão adoecendo ideologicamente os sindicatos são:
  • o pragmatismo despolitizado;
  • o corporativismo economicista;
  • o neoliberalismo;
  • e o sindicalismo de resultados.
A terciarização da economia, a concentração urbana e o desaparecimento ou fragmentação crescente da comunidade local  têm contribuído para o aumento do individualismo, solidão, egoísmo e artificialidade das relações sociais.


Vivemos em sociedades de risco, a nível local e global. Por outro lado, problemas como o desemprego, a precariedade, a pobreza e a exclusão social, reflexo da crise e desintegração de alguns dos mecanismos que asseguraram o contrato social, contribuem cada vez mais para aumentar a imprevisibilidade, a sensação de insegurança e a desconfiança nas instituições.

A era de individualismo e de "pós-contratualismo" que hoje atravessamos está a produzir novas gerações de indivíduos frágeis, despojados e inseguros, que encenam quotidianamente um jogo de máscaras para esconder dos outros essas mesmas fragilidades e sentimentos de isolamento. Passamos por uma fase de pessimismo que se reverte em evasão individual, alienação deliberada, além das patologias do foro pessoal e familiar.

Foi tarefa e função do sindicalismo, unificar as lutas, fazer sair os trabalhadores da sua miséria e angustia e permitir-lhes conquistar e fazer reconhecer a sua condição de cidadãos e direitos a ela inerentes na sociedade capitalista. Defender os operários contra a exploração cada vez maior do grande Capital.

As 5 tarefas urgentes

1- Resgatar a ideologia operária e o sindicalismo como instrumento político de transformação anticapitalista;

2 - Resgatar o estudo de economia, política e edeologia nos sindicatos. Lendo os clássicos da economia-filosofia-política, que foram instrumentos fundamentais para a construção do movimento operária;

3 - Resgatar, urgentemente, a formação política e ideológica, combatendo o pragmatismo do sindicato como instrumento, tão somente, de negociações salariais, acordo sobre o preço da força de trabalho do trabalhador, e benefícios monetários e “resultados concretos”, dentro dos marcos do assalariamento capitalista.

4 - Formação política significa se debruçar sobre Qual o papel dos sindicatos hoje? Qual o papel das centrais sindicais? relação entre sindicatos-partidos políticos-estado.

5 - Perguntar diariamente: O capitalismo é o final da história? Que projeto de sociedade buscamos?

Além disso, fortalecer a identidade de classe, nas lutas concretas, não se deixar dominar pelo fetiche das conquista imediatas. E c
ombater duramente os preconceitos, individualismo, egoismo, consumismo, imediatismo e o, presentismo (só existimos para o presente, o passado e o futuro não existem, um está morto e outro é apenas uma abstração...)

Helder Molina

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